A casa de pedra, no litoral, tem projeto assinado pelo renomado Sérgio Bernardes e data da década de 1960. Os arquitetos Gisela Miró e Rafael Carvalho aceitaram o desafio de reformá-la e realizar o sonho dos proprietários
Uma casa com mais de 50 anos construída pelo renomado Sérgio Bernardes. Esse era o desafio dos arquitetos Gisela Miró e Rafael Carvalho. Reformar a casa com mais de 500m² assinada por um dos nomes mais importantes do modernismo brasileiro. A casa, projetada em 1966, foi construída na encosta de um morro à beira-mar e tem suas paredes de pedra. Virada para o mar, a construção que se funde com a rocha, não impacta seu entorno com um visual agressivo para a natureza.
Acontece que, ao comprar a casa do sonho de juventude, o proprietário notou que o interior precisava de uma reforma e atualização, além de uma área de lazer para a família e também que contemplasse a linda vista. A casa é dividida em cinco suítes, sala de estar, sala de jantar, cozinha e uma pérgola que foi transformada em espaço gourmet e varanda. “O conceito dessa reforma foi preservar toda história dessa casa, para não ter uma intervenção muito grande e que privilegiássemos o projeto original da casa. Ou seja, fizemos melhorias, mas sem alterar a originalidade”, explica Gisela.
Segundo os arquitetos, o interior da casa era muito escuro por conta de revestimentos antigos, piso escuro e a própria pedra, que já escurece naturalmente o interior. “A iluminação foi usada para ressaltar a pedra natural, que é uma das paredes da casa e o ponto alto do projeto arquitetônico”, ressaltam. A paleta de cores do projeto são tons off-white e bege para manter neutro e ajudar a clarear mais a casa. Pequenos pontos de cor foram inseridos em móveis, mas de forma discreta também.
Na área externa da casa um porcelanato, lembrando ao mármore travertino romano bruto, foi utilizado em toda a extensão para ter uma unidade e não ter diferenças de piso. A área externa é uma continuação da casa. Há uma área coberta com uma churrasqueira e mesas, pois a família gosta de receber amigos e familiares. “Uma das premissas do proprietário, que tem netos pequenos, era um espaço grande para eles corressem e brincassem”. Um banco em alvenaria, que serve como parapeito, foi a solução encontrada para a área onde a onda bate e molha.
A casa é um verdadeiro refúgio para a família. Para os arquitetos, vários desafios, pelo projeto, pelo tempo da casa, por atualizá-la sem descaracterizá-la e também por conseguir ler o sonho da família e ao mesmo tempo, apresentar um projeto funcional e lindo.
fotos: Patrícia Lion